segunda-feira, 11 de julho de 2011

História de amor em papel amassado

  Pensei por um momento em te pedir pra sair por essa porta, mas pensando bem você nunca esteve aqui dentro completamente. Saiu e entrou repetidas vezes com tanta rapidez que quase ninguém acredita na bagunça que deixou.
  Por vezes aparece e sempre depois de muito trabalho pra eu tentar deixar tudo no lugar.
  Você gosta de brincar de bagunçar a minha vida mas nunca me deixa passar pela sua porta trancada. Eu já percebi que isso, e sabe...? Não dá pra ficar arrumando sua bagunça e ainda ouvir você reclamar e nunca ser o suficiente. Não dá pra não te deixar entrar por essa porta que você já tem a chave a tanto tempo... Então olha só:  Eu não quero mais bagunça aqui, não quero mais ajuda pra arrumar a bagunça que você deixa. Já troquei a fechadura mas você insiste em entrar e jogar aqui dentro toda a porcaria da sua vida e depois de tanta bagunça eu entendi que você fez daqui seu lugar, você sabe que pode voltar sempre, mas não entende que não pode entrar aqui e ir embora e me deixar de novo arrumando tudo sozinha. Então eu finalmente deixei as chaves aqui pra você, o lugar e a caixa de lembranças, que ficaram sem calor e perdidas no meio da confusão de "nós" dois, bem você decide o que fazer com ela. Já não dá mais pra mim, pro que foi de nós e que hoje te entrego, assim, porque já não é mais tesouro pra mim lembrar de você e do seu sorriso bagunceiro, então "aqui" agora é seu, pra você trazer quem quiser e fazer a bagunça que bem entender. Mas pra onde eu vou agora, você não entra mais, não vou entregar as chaves pra nenhum desconhecido que possa fazer bagunça de novo. Quem foi embora dessa vez foi eu, e dessa vez não espera, porque eu não volto.

Cindy Lobo

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